Um estudante de direito da Universidade de Washington está processando a CIA por causa de documentos relacionados à guerra civil de El Salvador.
O estudante entrou com um processo federal pela Lei de Liberdade de Informação alegando que a CIA reteve ilegalmente informações sobre um oficial do exército de El Salvador suspeito de violações dos direitos humanos durante a guerra civil naquele país, relatou o The Seattle Times.
Mina Manuchehri é bolsista do Centro de Direitos Humanos da UW e estudante de direito do terceiro ano. Seus advogados entraram com o processo na sexta-feira no Tribunal Distrital dos Estados Unidos.
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Alega que a CIA reteve documentos relativos ao coronel Sigifredo Ochoa Perez, do Exército salvadorenho aposentado, que está sob investigação criminal em seu próprio país por suposto envolvimento no assassinato de civis durante a guerra civil na década de 1980.
Também desafia a negação da CIA de registros relativos ao professor da UCLA Philippe Bourgois, que sobreviveu a um massacre em Santa Cruz, El Salvador.
A ação alega que há ampla evidência de que Ochoa Perez liderou as tropas que abriram fogo contra civis desarmados em Santa Cruz em 14 de novembro de 1981, e novamente na cidade de El Calabozo em agosto de 1981.
O acesso aos documentos solicitados pelo (UW Center for Human Rights) pode facilitar o processo judicial nesses e em outros casos de graves abusos de direitos, afirma a ação.
O UW Center for Human Rights afirma que vários registros da CIA discutindo o coronel estão publicamente disponíveis na Biblioteca do Congresso.
No entanto, a CIA, em resposta a um pedido da FOIA feito por Manuchehri em 2013, disse que não confirmará nem negará a existência de registros sobre o serviço de Ochoa Perez como comandante militar durante os alegados massacres.
A CIA reteve injustamente os registros, alega o processo. Há um forte interesse público na divulgação dos documentos solicitados.